Painel do Rio Doce apresenta recomendações para uma abordagem fonte-mar e de paisagem na reunião ordinária do CBH-Doce

O relatório publicado em abril recomenda a adoção de uma perspectiva integrada para restaurar a biodiversidade e a qualidade da água na Bacia do Rio Doce após rompimento da barragem de Fundão.

 

 

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Julho de 2021 - No último dia 15 de julho, representantes do Painel do Rio Doce participaram da reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) para apresentar as conclusões e recomendações do Relatório Temático “Abordagens fonte-mar e de paisagem - Integração da qualidade da água e conservação da biodiversidade na restauração da bacia do Rio Doce”. O relatório avalia estudos, dados e informações técnico-científicas sobre o estado atual da qualidade da água, assim como o estado da biodiversidade terrestre, de água doce e marinha na bacia do Rio Doce e propõe medidas que contribuam para um melhor entendimento das suas interações, e aspectos relacionados a conservação e recuperação da região no longo prazo.

Os especialistas do Painel do Rio Doce, Maria Cecília Wey de Brito e Francisco Barbosa, apresentaram os potenciais benefícios da adoção da abordagem fonte-mar e os caminhos para implementar a perspectiva de paisagem com foco na restauração da biodiversidade e melhoria da qualidade da água. Francisco, especialista em ecologia de água doce, explicou que “a combinação dos dois conceitos(fonte-mar e abordagem de paisagem) permitem uma visão integrada combinando aspectos na bacia hidrográfica e além dela, incluindo além dos aspectos físicos, químicos, biológicos e ecológicos, os aspectos sociais, econômicos e culturais”.

A importância estratégica dos comitês de bacia também foi enfatizada, principalmente por sua capacidade de articular diferentes atores e promover uma gestão participativa. “Sabemos que a participação não é um processo simples, mas é essencial numa abordagem de paisagem, inclusive para entender as inter-relações existentes entre as dimensões ecológicas, econômicas e culturais que possibilitam uma leitura completa do território”, enfatizou Maria Cecília, especialista em biodiversidade.

Representantes de diversas instituições membros do CBH-Doce levantaram questões relacionadas à capacidade de atuar sob a perspectiva fonte-mar, considerando limitações das instituições envolvidas na restauração e o próprio sistema de governança estabelecido após o rompimento de Fundão e reconheceram a importância de integrar o ambiente marinho nas ações em curso. O Painel do Rio Doce reforçou a necessidade de envolver as partes interessadas na articulação de instrumentos já previstos na legislação e no planejamento de ações futuras, assim como o caráter de longo-prazo das recomendações, visando uma recuperação mais resiliente e sustentável da bacia do Rio Doce.

A apresentação do Painel do Rio Doce está disponível no canal dos Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Doce no YouTube, a partir de 02:07:00 https://www.youtube.com/watch?v=IvGfmPyqUB0

Para ler o Relatório na íntegra e as recomendações, acesse: https://doi.org/10.2305/IUCN.CH.2021.07.pt

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